A
leptina é o mensageiro da gordura corporal. Ela “conversa” com o cérebro, e
permite que ele saiba quanta energia está disponível e o que fazer com ela.
Descoberta em 1994, é um hormônio produzido pelos adipócitos, as células
de gordura, e tem três funções principais: controla o apetite (dando a sensação
de estômago cheio), o armazenamento de gordura pelo corpo, e direciona o
trabalho do fígado determinando o que deve ser feito com a glicose armazenada nele.
Quando
comemos, as células de gordura liberam a leptina na corrente sanguínea, e ela
sinaliza para o cérebro que já entrou comida suficiente. Quando há uma
deficiência na produção de leptina, o cérebro não recebe o sinal adequado e a
pessoa continua comendo, e engordando. Por outro lado, o excesso de leptina
(produzido por uma grande quantidade de gordura corporal) leva a um
efeito inverso chamado de resistência à leptina – os receptores presentes nos
neurônios não conseguem mais interpretar a mensagem certa (pare de comer!), e
este excesso produz inflamação nas células. Para reforçar este conceito, um
estudo publicado no New England Journal of Medicine mostrou que indivíduos
obesos apresentam elevados níveis plasmáticos de leptina, cerca de cinco vezes
mais que aqueles encontrados em pessoas magras (Serum immunoreactive leptin
concentrations in normal-weight and obese humans. N Engl J Med. 1996).
Atualmente
se acredita que a leptina influencia o corpo na ocorrência de obesidade e
diabetes tipo 2 – ela é o elo entre estas duas doenças. Pesquisas recentes
publicadas na revista Cell Metabolism em 2005, foram feitas com camundongos e
mostraram que a leptina é a chave que regula o fluxo de açúcar sanguíneo
(glicemia) para as diferentes áreas do cérebro e corpo. Antes se acreditava que
o apetite aumentado levava a obesidade, o que aumenta muito a ocorrência de
diabetes tipo 2, mas o diabetes só ocorre quando há um distúrbio no
funcionamento da leptina.
Concluindo,
a leptina tem uma importância metabólica crucial, e é de extrema relevância na
ocorrência de doenças como obesidade, diabetes, doença cardiovascular,
osteoporose, doenças autoimunes e provavelmente até na velocidade com que
envelhecemos. Níveis altos de leptina são pró-inflamatórios, e a leptina também
está envolvida na produção de potentes mediadores químicos inflamatórios, que
acabam contribuindo para o diabetes e doenças cardíacas.
Se
entupir de comida processada, carnes gordurosas e frituras, açúcar e doces,
fast food tipo salgados, hambúrguer, batata frita e refrigerante, só vai
contribuir para aumentar o problema. Estas comidas estão recheadas com calorias
vazias, gorduras do tipo trans e aditivos, como nitritos e monoglutamato de
sódio, que acendem um sinal vermelho nos órgãos e sistemas do corpo, e o
resultado é uma maior produção de leptina, e o consequente aumento do processo
inflamatório.
Não
há medicamentos para controlar a ação da leptina. A única forma disponível no
momento é através de uma dieta correta, rica em alimentos anti-inflamatórios,
com ênfase em gorduras benéficas (os omegas 3-6-9) e redução de açúcares
simples (doces, refrigerantes, farinhas e cereais refinados). Dependendo do
caso, é importante a suplementação com nutrientes específicos que ajudam a
reduzir a resistência celular à leptina.
Os
alimentos que ajudam o corpo a se manter livre de inflamações estão
distribuídos em todos os grupos alimentares, incluindo proteínas, carboidratos
e gorduras. No reino vegetal temos diversas especiarias e condimentos que são
um verdadeiro arsenal anti-inflamatório. Dentre as bebidas, água, chás herbais,
água de coco, e sucos de frutas e hortaliças, são uma excelente forma de se
hidratar e potencializar uma ação anti-inflamatória no corpo. Esqueça os
refrigerantes e sucos processados.
Existe
uma tendência a se temer os lipídios em suas diversas formas. Grave erro. As
gorduras são fonte de vitaminas antioxidantes e ácidos graxos essenciais, com
uma forte ação anti-inflamatória. O importante é escolher a gordura certa para
ajudar a controlar os níveis de leptina. Neste grupo se inclui os peixes gordos
(salmão, anchova, sardinha, cavala, atum), o azeite e óleo de coco, sementes e
nozes (linhaça, gergelim, girassol, amêndoas, castanhas, nozes), e frutas
oleosas (abacate, açaí, cacau, coco).
Por Busca Saúde
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