Quem não come alimentos brancos, por exemplo, pode
ter falta de cálcio.
Médicos explicam o que fazer para melhorar a alimentação dos pequenos.
Do G1, em São Paulo
Comer todos os dias a mesma coisa é um problema e
pode interferir inclusive na saúde de adultos e crianças - por exemplo, quem
não come alimentos brancos, como leites, queijos e iogurtes, pode ter falta de
cálcio e desenvolver osteopenia e osteoporose. Por isso, é importante montar
sempre um prato colorido e com nutrientes diferentes para evitar até mesmo
problemas de saúde e doenças em longo prazo, como explicaram os nutrólogos
Mauro Fisberg e Daniel Magnoni no Bem Estar desta terça-feira (4).
O maior problema de todos é em relação à salada. O
repórter Phelipe Siani foi até o Itaquerão, novo estádio do Corinthians, para
mostrar como os funcionários da obra se alimentam no almoço.
Após tanto trabalho, antes mesmo do meio dia, o
refeitório já enche de gente morrendo de fome e, na maioria dos casos, nenhuma
dessas pessoas para na parte de salada - resultado: pratos enormes de arroz,
feijão, carne, peixe e sem nenhum verde. Segundo a nutricionista Lana
Cavalcante, a dica nesse caso é tentar colocar, a cada dia, um alimento
diferente para que a pessoa vá acostumando e criando o hábito de comer
determinado tipo de folha.
Ter a salada no prato é importante para adquirir
vitamina K e evitar problemas de cicatrização. No infográfico abaixo, estão
descritos todos os problemas que a saúde pode ter pela falta de cor nas
refeições:
No caso de crianças, o problema é ainda maior
porque geralmente elas têm mais dificuldade para comer e acabam demorando muito
para fazer a refeição. Dados internacionais mostram que esse problema afeta de
10% a 25% das crianças em fase pré-escolar e, nesses casos, elas demoram mais
de 23 minutos à mesa, enquanto a média do restante das crianças está em 20
minutos.
Além disso, as crianças costumam rejeitar
variedades de alimentos, como é o caso do João, de 6 anos. A mãe já havia
tentado dar de tudo para ele, como frutas, legumes e verduras, mas João foi
ficando cada vez mais seletivo e hoje em dia baseia sua dieta em macarrão
instantâneo e azeitona. Às vezes, ele até come arroz, feijão e carne, mas
sempre com dificuldade e, em alguns casos, chega até a vomitar por comer depois
de tanta insistência dos pais.
O mesmo acontece na casa da Manuella, de 4 anos. Ao
sentar na mesa, a menina faz de tudo, menos comer - cospe a comida, ri, brinca,
grita, faz cara feia, se esconde debaixo da mesa, foge para o quarto, discute
com os pais e, depois de muita luta, acaba comendo só três colheres. Mas quando
o assunto é besteira, Manuella não resiste: antes da hora do almoço, ela come
bombom, batata palha e diversos outros alimentos que tiram a fome dela na hora
da refeição. Pela manhã, ela toma também leite e, durante o dia, bastante suco,
mas ainda assim, os pais se preocupam com a falta de nutrientes na alimentação
da pequena.
De acordo com o nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg,
normalmente, a criança precisa de 15 a 20 tentativas para se acostumar com um
determinado alimento. No entanto, vale lembrar que o hábito da criança é muito
relacionado ao hábito dos pais. O pai da Manuella, por exemplo, não come salada
há muito tempo e a mãe sempre opta por alimentos práticos e prontos.
De acordo com os médicos, os maus hábitos dos
adultos à mesa influenciam muito na formação dos hábitos dos menores e, além
disso, podem trazer diversos problemas de saúde, prejudicar a digestão e até
favorecer o ganho de peso. Veja o infográfico abaixo, responda as perguntas e
veja se os seus hábitos estão saudáveis: