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As indústrias de alimentos estão
obrigadas a produzir rótulos com informações mais detalhadas. Os rótulos
precisaram se adequar a novas regras criadas pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). A principal dessas mudanças, é a incorporação da
quantidade de gorduras trans existente no produto, informação
que não existia na maior parte dos rótulos.
Mas afinal, o que são as gorduras trans? Para responder a esta questão, o site
da SBEM ouviu o Dr. José Egídio, nutrólogo e endocrinologista membro
da SBEM RJ.
As gorduras trans estão presentes principalmente em alimentos como margarinas,
biscoitos, batatas fritas e comidas de consumo rápido, como hambúrgueres. Essas
substâncias tornaram-se conhecidas depois que foram substituídos os óleos de
origem animal pelos de origem vegetal. Com essa substituição, pretendia-se que
a população consumisse menos colesterol, já que os óleos vegetais são
isentos. Mas a medicina só veio conhecer a fundo as gorduras trans há poucos
anos, a partir de estudos feitos, inicialmente, no final dos anos 1990.
O que não se sabia é que as gorduras trans também são danosas à saúde. De
acordo com o Dr. José Egídio, essas substâncias são em grande parte as
responsáveis pela epidemia de obesidade que acomete os Estados
Unidos, com seus hábitos sedentários e lanches rápidos, os internacionalmente
conhecidos fast food. Sabe-se hoje que as gorduras trans estão relacionadas
também ao aumento de casos de Síndrome Metabólica, uma doença que é
fruto da junção de vários outros problemas como a obesidade e o diabetes.
O Dr. José Egídio explica que as gorduras trans têm, na maioria das vezes,
“origem na hidrogenação do óleo vegetal de soja. Este processo é realizado, por
exemplo, para dar o aspecto sólido da manteiga”. Também conhecidas como ácidos
graxos, “essas substâncias estão relacionadas com o aumento da síntese do
colesterol”. O especialista explica que da mesma forma que a gordura de origem
animal, a melhor recomendação para o consumo das gorduras trans é que seja
feito de modo restrito, com ingestão limitada. A recomendação tem base em
diretrizes da Associação Americana de Cardiologia (AHA).
De acordo com o especialista, não é possível quantificar um teto máximo para a
ingestão das gorduras trans. No entanto, algumas dicas podem ser seguidas, como
o consumo de ácidos graxos de cadeia longo poli e
monossaturados, ou seja, é recomendado o consumo de óleos como o de oliva,
semente de girassol e óleo de soja. Esses óleos, além de serem isentos de
gorduras trans, são associados à proteção de doenças cardiovasculares.
Uma prova disso é a culinária mediterrânea, que é alvo de vários estudos, pois
está associada à longevidade da população local. Lá, o óleo de oliva é base da
alimentação.
Por Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
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