Pesquisas mostram que o nutriente está relacionado não apenas ao
fortalecimento dos ossos, mas também à prevenção de doenças como diabetes e
câncer
A vitamina D,
exaustivamente estudada por cientistas ao redor do mundo, costuma dividir
opiniões na comunidade médica. O nutriente pode ser encontrado em alimentos
como bacalhau, salmão, leite e gema de ovo, mas sua fonte principal é o sol — o
pivô da discordância. Enquanto alguns médicos defendem que a única maneira de
garantir quantidades suficientes da vitamina é por meio do banho de sol sem o
uso de protetor solar, outros defendem que a cota deve ser obtida com alimentos
e suplementos.
Independentemente da
fonte, a vitamina D traz diversos benefícios à saúde. O nutriente promove a
absorção de cálcio e protege contra males ligados ao sistema ósseo, como
fraturas e osteoporose. Mas não é só isso. Saiba o que mais a ciência já provou
sobre a vitamina D.
Oito benefícios associados à
vitamina D
Ter baixos níveis de
vitamina D durante a gravidez significa transmitir menor quantidade do
nutriente ao futuro bebê — o que pode ocasionar uma série de problemas. Um estudo da Universidade de Pittsburgh, nos Estados
Unidos, mostrou que a falta de vitamina D faz com que as mulheres deem à luz
bebês com baixo peso, já que sem o nutriente a absorção de cálcio pelo
organismo é prejudicada, e o crescimento ósseo, reduzido. Outra pesquisa, britânica, provou que filhos de mães com baixos níveis da vitamina
têm chances 5% maiores de desenvolver esclerose múltipla na idade adulta.
A vitamina D é
especialmente benéfica para idosos. Um estudo suíço mostrou que 20 microgramas diários do
nutriente ajudam a evitar fraturas nas pessoas mais velhas, já que a vitamina
auxilia na absorção de cálcio pelo organismo, fortalecendo os ossos. De acordo
com outro estudo, realizado na Dinamarca, a ingestão de
suplementos de cálcio e de vitamina D faz com que os idosos tenham maior expectativa
de vida, reduzindo em 9% as chances de mortalidade em um período de três anos.
A vitamina D pode ser
aliada na luta contra o diabetes tipo 2. Em uma entrevista no livro ‘The
Healing Power of Sunlight & Vitamin D’ (O poder de cura da luz do sol e da
vitamina D, em tradução livre), o médico Michael Holick afirma que a falta da
substância pode agravar os efeitos do diabetes tipo 2 no organismo. Isso porque
a vitamina D regula a secreção de insulina pelo pâncreas e pode aumentar a
sensibilidade ao hormônio. Já uma pesquisa alemã afirma que as propriedades
anti-inflamatórias da vitamina protegem o organismo contra a doença.
Segundo Michael Holick
no livro ‘The Healing Power of Sunlight & Vitamin D’, a vitamina D possui a
capacidade de regular o crescimento celular. Por isso, pessoas que vivem em
países onde a incidência dos raios solares é menor são mais propensas à
deficiência de vitamina D e ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
A vitamina D é capaz de
estimular as defesas naturais do corpo, diminuindo o risco de infecções.
Reforçando essa ideia, um estudo apresentado nos Estados Unidos provou que a
razão pela qual os obesos têm mais alergias do que pessoas de peso normal está
justamente na deficiência de vitamina D — a relação entre excesso de peso e a
diminuição do nutriente no organismo já foi cientificamente comprovada.
Diversos estudos
científicos já comprovaram a contribuição da vitamina D para a saúde pulmonar.
Segundo um trabalho publicado no periódico 'American
Journal of Respiratory and Critical Care Medicine', em caso de infecção pulmonar, o
nutriente é capaz de acelerar os efeitos do tratamento medicamentoso. Outro estudo, realizado pela Universidade Harvard, nos
Estados Unidos, mostrou que a vitamina D tem um efeito protetor contra os
efeitos do tabagismo na função pulmonar. De acordo com os pesquisadores, a
falta do nutriente prejudica ainda mais a atividade dos pulmões dos fumantes.
Segundo uma revisão de estudos realizada no Canadá, os resultados de
testes cognitivos em pessoas com Alzheimer pioram quando a concentração de
vitamina D está baixa. Os cientistas não sabem ainda, contudo, que condição dá
origem à outra — se é a falta de vitamina D que ocasiona o Alzheimer, ou o
contrário.
Cientistas da
Universidade da Dinamarca acompanharam mais de 10 000 pessoas por 29 anos e
constataram: o risco de infarto e morte aumenta quando há deficiência de
vitamina D no organismo. O nutriente participa do controle das contrações do
músculo cardíaco. Além disso, quando seus níveis estão baixos, pode haver
acúmulo de cálcio nas paredes das artérias, favorecendo a formação de placas
que aumentam a probabilidade de infarto e derrame.
Por Veja